Segundo os dados da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, mais de um quinto da população portuguesa (cerca de 22,9%) sofre de perturbação psiquiátrica.
Somos o país da Europa com números mais elevados, apenas atrás da Irlanda do Norte (23,1%). De notar ainda que as perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% das doenças registadas em Portugal, entre os diagnósticos de doença oncológica (10,4%) e doença cérebro-cardiovascular (13,7%).
Infelizmente, os dados relativos ao nosso concelho, mostram uma prevalência ainda maior de perturbações psiquiátricas diagnosticadas.
Esta problemática foi altamente afetada e agravada pelo contexto pandémico que ainda se vive. Estudos confirmam que depois da infeção, várias pessoas foram diagnosticadas com perturbação de stress pós-traumático, depressão, dor, perturbação de pânico e perturbação obsessiva compulsiva. A infeção pode conduzir também a alterações neuropsiquiátricas e ao nível do sistema nervoso central, que necessitam de acompanhamento.
Por outro lado, as pessoas mais vulneráveis, que já possuem algum tipo de perturbação psicológica/psiquiátrica, desenvolvem sintomatologia mais grave devido, especialmente, ao menor apoio social, isolamento físico associado à perda das atividades educativas e laborais, instabilidade residencial, menor cuidado com a saúde e higiene em geral, possíveis hábitos tabágicos acentuados e maior tendência de isolamento.
Toda esta situação causa sofrimento psicológico e angústia generalizada, medo da doença, receio da morte e incerteza quanto ao futuro.
Os efeitos das perturbações do foro psicológico e psiquiátrico são devastadores na vida pessoal, familiar e profissional dos pacientes, dos seus cuidadores e de todas as pessoas que os rodeiam.
As alterações induzidas por problemas de saúde mental afetam o pensamento, o humor, as emoções e o comportamento. Assim, torna-se fundamental intervir nesta problemática para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar físico e psicológico dos doentes e dos cuidadores.
É, portanto, com muita satisfação que vemos aprovada a candidatura ao Programa de Parcerias para o Impacto, promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Sever do Vouga, com o projeto 100 SeVer.
Esta iniciativa tem como foco prioritário a promoção da saúde mental, da qualidade de vida e bem-estar físico e psicológico de pessoas com perturbações psicológicas/psiquiátricas.
O projeto ganhou vida a partir do trabalho conjunto da nossa equipa e dos colaboradores da SCMSV e nele vai trabalhar uma equipa multidisciplinar composta por enfermeira, assistente social, gerontóloga, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e duas psicólogas, uma das quais, doutorada em psicologia e membro da equipa da AMH Consulting.
O projeto conta com a contribuição financeira de 21 investidores sociais, entre os quais se destaca a CMSV e com parceiras com a Encosta da Oliveira e os We Tum Tum.
Esta iniciativa pretende unir as diversas IPSS do concelho, os serviços de psicologia e de psiquiatria, e todos os severenses num projeto comum de combate à evolução da sintomatologia clínica e promoção da saúde mental.
Para mais informações sobre o projeto, envie e-mail para: 100sever.saudemental@gmail.com
Se precisar de ajuda e quiser participar no projeto como beneficiário, ligue ou envie mensagem para a nossa linha de apoio: 926 620 078